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"A radiação no Rio Grande do Sul não serve para energia solar"

— 18 DE ABRIL DE 2022 por Redação Solarus 

“A radiação solar incidente no Rio Grande do Sul não é ideal para sistemas de geração solar fotovoltaicos.”

Essa foi uma frase que escutamos de um potencial cliente. Esse potencial cliente deliberava se devia ou não instalar o sistema de geração solar fotovoltaico em sua casa e esse era um ponto que pesava negativamente para sua decisão.

Bem, se isso for verdade, o que a Solarus está fazendo? Foi o que nos perguntamos. O sistema solar fotovoltaico é uma tecnologia relativamente nova. Ninguém questiona o funcionamento de um carro ou de um avião, porém escutamos questionamentos sobre a tecnologia solar fotovoltaica toda semana. Isso é esperado e está tudo bem. Nosso papel é levar conhecimento e informação sobre a tecnologia, seus prós e contras.

Primeiro vamos entender um pouco mais sobre a radiação solar. A radiação solar é a energia irradiada pelo sol na forma de ondas eletromagnéticas. Essas ondas atravessam a distância entre o Sol e a Terra e então interagem com a nossa atmosfera. Como resultado, temos certa quantidade de energia chegando a nossa superfície que, entre tantas funções, é usada para geração de energia elétrica através do sistema solar fotovoltaico. A partir desse conceito podemos inferir que a energia solar incidente na superfície terrestre vai depender da distância entre o Sol e a Terra e da composição da atmosfera. Vamos além, em uma determinada região, no Rio Grande do Sul, por exemplo, a quantidade de energia solar incidente por m² vai depender da distância do Sol ao Rio Grande do Sul, da composição da atmosfera, do ângulo de incidência da radiação, características de tempo e clima da região, e outros fatores.

Sabemos que, devido aos movimentos da terra, a distância entre o Sol e alguma região do planeta e seu ângulo relativo varia ao longo do ano. A composição da atmosfera é complexa e também não é uma constante no tempo. Podemos dizer então que os principais fatores que influenciam na radiação incidente variam ao longo do tempo e são únicos para cada região. Dessa maneira, faz sentido trabalharmos com médias mensais de radiação solar para cada cidade. Quando dimensionamos os sistemas solares fotovoltaicos, utilizamos radiações médias mensais históricas da cidade onde o projeto será realizado, o que nos permite ter uma previsibilidade da energia que será gerada mês a mês pelo sistema.

Radiação sol terra

Ilustração – As ondas eletromagnéticas atravessam a distância entre o Sol e a Terra e então interagem com a atmosfera terrestre

Mas então, como é a média mensal de radiação solar no Rio Grande do Sul?

A fins de comparação da radiação de uma região, vamos utilizar os dados meteorológicos do Atlas Brasileiro de Energia Solar. A média anual da irradiação global horizontal (total de radiação solar incidente medida em um plano horizontal) para as cidades do Rio Grande do Sul é entre 3900 Wh/m².dia e 4900 Wh/m².dia. Sendo os municípios da fronteira oeste com maior média. E isso é muito ou é pouco? Essa resposta é relativa. É pouco se comparado com estados do nordeste brasileiro, que podem chegar a cerca de 6000 Wh/m².dia. Porém, é muito quando comparado com a Alemanha, que apesar de ter menos disposição de energia solar incidente, com uma média anual observada com cerca de 3000 Wh/m².dia, é um dos países campeões na utilização de sistemas solares fotovoltaicos.

Radiação Brasil Global Horizontal média anual
Indice radiação

Total Diário da Irradiação Global Horizontal – Média Anual
Atlas Brasileiro de Energia Solar 2ª Ediação 2017.  Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Então a radiação do Rio Grande do Sul é viável para utilização de sistemas solares fotovoltaicos? SIM, muito viável! Uma média anual da irradiação global horizontal entre 3900 Wh/m².dia e 4900 Wh/m².dia é mais do que suficiente para viabilizar projetos de energia solar. Nas propostas comerciais realizamos estudo de viabilidade econômica considerando a radiação solar incidente no local de instalação. Em geral, os estudos apontam um payback do investimento em cerca de 3 a 6 anos, dependendo do tamanho do sistema. A economia e retorno financeiro a partir da geração de energia do sistema solar fotovoltaico ocorre e é uma consequência direta da energia solar média incidente na cidade de realização do projeto.

O potencial cliente acabou adquirindo o sistema e hoje está gerando energia na sua residência. A geração de energia a partir de sistemas solares fotovoltaicos é uma realidade no estado e ainda tem muito potencial. O estudo do mercado solar no Brasil da Greener traz que, em 2021, o estado do Rio Grande do Sul recebeu investimentos de cerca de R$ 2,87 bilhões em energia solar, o terceiro estado no Brasil que mais teve investimento neste ano. Esperamos que a energia solar continue crescendo muito no estado!

Confira o Atlas Solar Brasileiro na íntegra através das referências.

Referências:

Atlas Brasileiro de Energia Solar 2ª edição – 2017Atlas Solar Brasileiro realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), através do seu Laboratório de Modelagem e Estudos de Recursos Renováveis de Energia (LABREN).

Solar resource maps of GermanyMapas de radiação solar da Alemanha da instituição Solargis.

Estudos – Greener Estudos e pesquisas realizados pela instituição Greener.

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